Abril chega com duas campanhas importantes e com duas cores para representá-lo: o azul e o verde.
O azul representa a campanha de “Conscientização sobre o Autismo”, que foi instituída em 2 de abril. O motivo da escolha pela cor azul é porque essa cor é relacionada aos meninos e o autismo atinge muito mais os meninos do que as meninas, sendo uma proporção de 4 meninos para 1 menina diagnosticada com autismo, e para este fato, a ciência ainda não tem uma explicação.
O verde representa a campanha que aborda a prevenção de acidentes do trabalho. A cor representa segurança e também está relacionada aos cursos da área da Saúde. Essa campanha foi escolhida baseada na data de 28 de abril, na qual se instituiu o Dia Mundial em Memória das Vítimas dos Acidentes e Doenças do Trabalho.
Vamos falar um pouco sobre essas campanhas e da importância de se debater esses assuntos?
2 de abril – Dia da conscientização sobre o autismo
A data, instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU), tem como objetivo dar visibilidade ao tema, que ainda é desconhecido por grande parte da população. O autismo é um assunto ainda envolto em tabus.
O transtorno do espectro autista (TEA) é um distúrbio neurológico que pode afetar as áreas de interação social, comportamento, cognição e comunicação. Pessoas com autismo podem ou não ter alguma deficiência intelectual, não é uma regra. Em alguns casos, pessoas com TEA desenvolvem uma superinteligência e eram chamadas de autistas de alto funcionamento.
De acordo com o portal NeuroConecta, “é importante ressaltar que em 2013 no DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais), a Associação Americana de Psiquiatria agrupou todos os transtornos relacionados ao autismo em um único diagnóstico, o Transtorno do Espectro Autista, conhecido como TEA. O autismo de alto funcionamento conhecido também como Transtorno de Asperger agora faz parte do TEA de Nível 1 ou grau leve. Agora, todas essas condições se denominam TEA.” (Fonte: NeuroConecta)
A campanha abril azul tem o papel de mostrar as características dessa condição e dar ênfase ao fato que o autismo não é uma doença e essas pessoas precisam ser apoiadas e incluídas na sociedade. É também uma campanha de inclusão, além de informativa.
Em 2022 o tema da campanha é “Lugar de autista é em todo lugar!”. Nas redes sociais, a hashtag será #AutistaEmTodoLugar. Desde 2020, a comunidade envolvida com a causa do autismo no Brasil segue uma campanha nacional com tema único. Em 2020/2021 o tema foi: “Respeito para todo o espectro”, com a hashtag #RESPECTRO.
Causas
A ciência ainda não descobriu o que causa o autismo. Acredita-se que muitos dos casos vem de uma condição genética, porém isso ainda não é totalmente comprovado. Mas é um fato que, famílias que tem um filho com TEA têm mais chances de ter outro filho com a mesma condição. Outras possibilidades também são estudadas pela ciência: complicações no parto e até mesmo o uso de alguns medicamentos durante a gravidez. Tudo isso ainda está sendo pesquisado e ainda não há resultados definitivos dessas pesquisas.
Também não existe um exame específico que detecte o TEA. O diagnóstico de autismo é feito a partir do relato da observação dos pais e cuidadores em conjunto com avaliação médica. Em alguns casos, pode ser difícil chegar a esse diagnóstico, ainda mais quando se trata de crianças muito pequenas.
Sintomas
Alguns sintomas são comuns às pessoas com TEA, mas nem todas desenvolvem todos eles. O espectro é bastante abrangente e cada pessoa terá sintomas diferentes de acordo com o nível diagnosticado. Alguns dos comportamentos que podem ser observados em pessoas com o transtorno do espectro autista são: dificuldade para ficar em ambientes barulhentos e movimentados, não responder ao ser chamado, agitação em excesso, preferência por se manter isolado(a), fazer movimentos repetitivos, seletividade alimentar, dificuldade para dormir, dificuldade ao toque humano, dificuldade de contato visual.
Esses sinais podem surgir logo nos primeiros meses de vida do bebê e alguns outros comportamentos também podem ser observados: bebês que não fazem contato visual, ficam quietinhos demais quando estão sozinhos, não estranham quando vão para o colo de pessoas desconhecidas, demoram a desenvolver a fala, engatinhar e andar. É importante que os pais estejam informados e atentos para que possam procurar ajuda médica caso notem esses sintomas e investigar se é alguma característica do TEA. Por isso a importância da campanha para disseminar informações e alertar.
Tratamento
O TEA não tem cura, porém, com a ajuda de uma equipe multidisciplinar é possível que a pessoa com o transtorno tenha uma vida mais tranquila e com mais qualidade. Sessões de fonoaudiologia, psicologia, terapia ocupacional, e em alguns casos, medicação prescrita por neurologista ou psiquiatra podem ajudar a pessoa a se tornar mais independente e participar da rotina diária normalmente. O tratamento é feito de forma individual, de acordo o com o nível do espectro diagnosticado.
Como participar e divulgar a campanha
A campanha abril azul também tem o objetivo de pressionar o governo para oferecer mais políticas públicas voltadas para essa parcela da população, como o acesso aos serviços de saúde, terapias, programas de apoio às famílias, programas de inclusão escolar e no mercado de trabalho. Além disso, é preciso que os profissionais de saúde, sejam qualificados e treinados para conseguir identificar o TEA de forma precoce.
A campanha abril azul é bastante movimentada por instituições e ONG’s voltadas para a causa, mas é preciso que outras organizações da saúde também abracem a campanha como os hospitais e as clínicas. Organizações de outras áreas e empresas privadas também devem se engajar justamente porque um dos objetivos do abril azul, é incluir esse grupo na sociedade e garantir seus direitos. Algumas formas de divulgar a campanha são: disponibilizar palestras gratuitas com médicos e profissionais da área, criar grupos de debate para discutir ações de inclusão, fazer vídeos informativos, organizar eventos na sua cidade como caminhadas e atos e exigir ações do governo.
Pessoas com autismo merecem ser respeitadas, incluídas, ter os seus direitos garantidos e merecem receber o melhor tratamento tanto médico quanto social. Todos nós precisamos fazer nossa parte para ajudar essa causa.
A campanha de prevenção de acidentes do trabalho foi instituída no mês de abril porque no dia 28 desse mês é celebrado o Dia Mundial em Memória das Vítimas dos Acidentes e Doenças do Trabalho. A data foi instituída no Brasil pela Lei nº 11.121/2005 – Art. 1º.
Nessa data, no ano de 1969, aconteceu um dos maiores acidentes trabalhistas que se tem conhecimento: a explosão de uma mina na cidade de Farmington, nos Estados Unidos, que culminou na morte de 78 trabalhadores.
O objetivo da campanha abril verde é garantir segurança e melhores condições trabalhistas para todas as pessoas no mercado de trabalho.
De acordo com a Organização Internacional do Trabalho:
- Em todo o mundo, cerca de 270 milhões de trabalhadores são vitimados em decorrência de acidentes de trabalho todos os anos.
- No Brasil, somente em 2007, 653.090 brasileiros assalariados segurados do INSS, inseridos no mercado formal de trabalho foram vítimas de acidentes e doenças durante o exercício de suas atividades.
- Doenças relacionadas ao trabalho afetam cerca de 160 milhões de pessoas. Isso representa um custo equivalente a 4% do Produto Interno Bruto (PIB) de todos os países do planeta.” (Fonte: Renast Online)
“Segundo o coordenador do programa Trabalho Seguro, o paradigma inicial das ações relativas ao tema era o da proteção, com o incentivo para ao uso de equipamentos de proteção individuais (EPIs). Agora, no entanto, o foco é a prevenção. “Precisamos impor a prevenção, que envolve os conceitos de proteção e de precaução”, observou. “Se os empregadores não procurarem se antecipar aos fatos, acidentes continuarão acontecendo no país. É mais barato, inclusive, prevenir e evitar do que reparar os danos já causados”.” (Fonte: ABESPREV)
A campanha é uma iniciativa que traz um olhar de atenção à saúde, à prevenção e à responsabilidade para o ambiente de trabalho, um local que, muitas vezes passamos maior parte do nosso dia e da nossa vida. Por isso, é necessário cuidar com atenção de nós mesmos, dos nossos colegas e empregados.
A divulgação e conscientização deve ser de interesse do empregador. Ofertar um ambiente seguro e tranquilo reflete diretamente na qualidade da produção de seus empregados. Essas ações podem ser feitas pelo RH das empresas em conjunto com outras áreas e departamentos, por meio de palestras, dinâmicas de grupo, eventos, cartilhas informativas e outras ações internas que proporcionem orientação adequada aos funcionários, mostrando a importância da segurança dentro do local de trabalho.